Durante este ano, assinalarei aqui acontecimentos importantes do reinado de Dom Dinis, à medida que forem acontecendo os respetivos aniversários, assim como transcreverei excertos do meu romance sobre o Rei Lavrador.

29
Nov 16

A 29 de Novembro de 1314, morreu o rei francês Filipe IV o Belo, o monarca que suprimiu a Ordem do Templo. Com a sua morte, neste ano, cumpria-se a profecia de Jacques de Molay, Mestre dos Templários franceses.

 

Ler sobre o fim dos Templários.

 

Dom Dinis Série (1).JPG

 

O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online, na Wook, na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).

 

No Brasil, está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura.

Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.

 

publicado por Cristina Torrão às 10:56

24
Nov 16

Verifica-se este mês o 720º aniversário dos forais de Sabugal, Castelo Rodrigo, Castelo Bom, Almeida e Vilar Maior, concedidos por Dom Dinis, numa altura, em que estes lugares pertenciam ainda ao reino de Leão. Depreende-se que já teriam sido prometidos ao Rei Lavrador. A sua integração no reino português foi ratificada cerca de um ano mais tarde, no Tratado de Alcañices.

 

 

publicado por Cristina Torrão às 10:52

18
Nov 16

 

- Que se passa?

Isabel respondeu num sussurro:

- Tive um sonho…

- Um pesadelo?

- Não sei… Uma mensagem… Ou uma premonição…

Mais uma? Dinis fez esforço por vencer o enfado, pois haveria uma razão forte que a trouxera ali, numa noite tão fria. Acabou por dizer:

- Sentai-vos e contai-me o que vos atormenta!

Isabel assim fez. Depois de pousar a vela sobre a mesinha ao lado da cama, iniciou o seu relato:

- Há cerca de uma semana, andando para os lados da Azambuja, deparei com um eremita à beira da estrada. Parecia muito perturbado e eu desmontei da minha mula e perguntei-lhe se havia mister do meu auxílio. Ele não respondeu, limitou-se a fixar-me numa tristeza infinita. Já tratei de muitos enfermos e assisti a muitas aflições, mas nunca vira olhos tão tristes. Insisti na minha pergunta. Depois de me fixar durante mais alguns momentos, ele abanou a cabeça e afastou-se de mim sem uma palavra.

Isabel baixou a cabeça e prosseguiu:

- Não mais olvidei aquele olhar. Passado uns dias, tornei ao local, a fim de o procurar. Mas não o encontrei. Perguntei por ele nas aldeias da região, descrevendo-o o melhor que podia. Ninguém parecia conhecê-lo. Indicaram-me alguns eremitas que por ali viviam e fui ter com eles. Mas nenhum era o que eu havia visto. O homem parecia ter-se esfumado, ou sido engolido pela terra… Tentei olvidá-lo. Mas hoje…

Começou a tremer mais violentamente:

- Sonhei com ele…

- Ora, ficastes impressionada com a sua figura…

- No sonho, ele falou comigo. E disse-me… - Olhou-o, muito trágica: - Que Constança havia morrido!

 

A 18 de Novembro de 1313 morreu a rainha Dona Constança de Castela, antiga infanta portuguesa, filha de Dom Dinis e Dona Isabel, com apenas 23 anos.

 

Constança 1.jpg

Para mais informações sobre Dona Constança ver o texto publicado a propósito do seu nascimento.

 

Nota: não encontrei nenhuma representação de Dona Constança. Deparei, nas minhas pesquisas, com esta imagem de Sansa Stark, uma personagem d'As Crónicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin. Decidi usá-la porque se aproxima muito da Constança que descrevo no meu romance.

 

Dom Dinis Papel (1).JPG

 

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publicado por Cristina Torrão às 11:39

12
Nov 16

 

 

A 12 de Novembro de 1288 foi redigida, em Montemor-o-Novo, a carta ao papa Nicolau IV, pedindo autorização para a criação do Estudo Geral das Ciências em Lisboa (percursor da Universidade). Além de Dom Dinis, assinaram a carta o abade do mosteiro de Alcobaça, os priores de Santa Cruz de Coimbra e de São Vicente de Lisboa e os superiores de vinte e quatro igrejas e conventos do reino. Suplicaram a aprovação e «confirmação de uma obra tão pia e louvável», já que o Estudo Geral devia albergar estudantes sem posses para irem estudar em universidades estrangeiras.

O Estudo Geral das Ciências de Lisboa é aprovado pelo papa em Agosto de 1290.

 

Terá sido igualmente nesta altura que Dom Dinis resolveu usar o Português nos documentos oficiais da chancelaria, normalmente redigidos em latim ou em galaico-português, a língua que se falava no início da fundação do reino, que era ainda igualmente usada na poesia trovadoresca.

 

Dom Dinis Papel (1).JPG

 

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publicado por Cristina Torrão às 12:30

02
Nov 16

Pedro III de Aragão.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

Pedro III de Aragão
Por Manuel Aguirre Y Monsalbe, 1854

Imagem Wikipedia

 

 

 

 

 

 

 

A 2 de Novembro de 1285 morreu o rei Dom Pedro III de Aragão, denominado o Grande, pelas suas conquistas militares, com apenas quarenta e seis anos. Dom Pedro III era o pai da rainha Santa Isabel. Não sabemos qual o efeito que o acontecimento teria causado em sua filha, que já estava em Portugal há dois anos e meio. Segundo a tradição, Dona Isabel era muito chegada ao pai, palavras que tudo e nada dizem. No entanto, considerando que Dona Isabel estava ainda a dois meses de completar quinze anos e seria dona de um carácter sensível, eu criei esta cena no meu romance:

 

De repente, os alões deitados em frente à lareira levantaram-se, a ladrar como doidos. Dinis bradou:

- Mas que vem a ser isto?

- Virá por aí alguém? - sugeriu Pêro Anes Coelho.

- A esta hora? Num tempo destes?

Dinis virou-se para Isabel e assustou-se: a cor sumira das suas faces, a rainha apresentava uma palidez cadavérica, uma das mãos agarrava o vestido à altura do peito. O monarca inquiriu:

- Que tendes? Não vos sentis bem?

Isabel apontou-lhe olhos aterrorizados:

- Uma desgraça sucedeu!

- Que dizeis?

- As más novas não tardarão!

Apesar de assustado, Dinis não queria conceber a ideia de que o momento doce e mágico terminara. Aquela noite pertencia-lhes, não lhes podia fugir! Pegou-lhe nas mãos, invulgarmente gélidas, e acrescentou:

- Enganais-vos! Quem viria a esta hora dar-nos más notícias? Os cães ficaram nervosos com o uivar dos lobos, é só.

Isabel fixava-o angustiada. E, de repente, irromperam na sala dois cavaleiros com os seus capotes cobertos de neve. Isabel começou a tremer, mas Dinis teve de a largar para ir ajudar Pêro Anes Coelho e João Anes Redondo a segurar os alões, que ameaçavam despedaçar as vestes dos recém-chegados.

- Quem sois? - bradou o rei. - Que fazeis aqui? Porque vos deixaram entrar?

- Vimos de Aragão, Alteza!

- Meu Deus! - gritou Isabel.

Levantou-se, foi ao encontro deles e os cães acalmaram-se como por encanto. Dirigiu-se mortificada aos cavaleiros:

- Trata-se de meu pai, não é verdade? Que lhe sucedeu? Dizei! Dizei!

- Lamentamos ter de vos informar que el-rei Dom Pedro III se finou no passado dia 2 deste mês de Novembro.

Gerou-se um silêncio sepulcral. Até que se ouviram mais uivos. Isabel desfaleceu de encontro a Dinis, que guisou de a segurar nos braços. Aquele corpo, leve como uma pena, que ainda há momentos emanava calor, envolvido num vago perfume a rosas, estava agora inanimado e frio. Como se ela própria houvesse morrido…

Carregando-a nos braços, Dinis desceu a escada exterior da torre de menagem e caminhou pela neve que lhe chegava às canelas. Pêro Anes Coelho, que os seguira, bateu à porta da casa da rainha, arrancando as damas e as camareiras do seu sono, que mais sobressaltadas ficaram, ao dar com Isabel desfalecida nos braços do rei.

 

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publicado por Cristina Torrão às 11:01

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As minhas informações sobre Dom Dinis são baseadas na biografia escrita pelo Professor José Augusto de Sotto Mayor Pizarro (Temas e Debates 2008)
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Em todos os momentos da História, seja na Antiguidade, na Idade Média, ou no nosso tempo, são as mesmas paixões e os mesmos desígnios que inspiram os humanos. Entender a História é entender melhor a natureza humana.
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