Durante este ano, assinalarei aqui acontecimentos importantes do reinado de Dom Dinis, à medida que forem acontecendo os respetivos aniversários, assim como transcreverei excertos do meu romance sobre o Rei Lavrador.

28
Set 16

 

 

 

Os desentendimentos entre Dinis e Dona Isabel, baseados nos conflitos que opunham o rei ao seu herdeiro, culminaram com o desterro da Rainha Santa em Alenquer, acusada pelo marido de defender o filho contra ele próprio.

 

- Chega! - bradou Dinis com quanta força tinha. E, depois de recuperar o ar, acrescentou: - Não tornarei a consentir na vossa intromissão. Ordeno a vossa prisão numa das vossas vilas, privada de todas as vossas rendas!

Isabel olhava-o indignada, mas composta:

- Prescindis então do meu auxílio?

- Auxílio?! Até agora, apenas contribuístes para o agravar da contenda, dando cobro a vosso filho, que comete traição ao virar-se contra o seu senhor e pai. Mas não vos aflijais, não mandarei atirar-vos para um calabouço. Escolhei uma das vossas vilas e vivereis na vossa residência habitual, na companhia das vossas damas, e podereis deslocar-vos dentro do concelho. Mas não mais que isso! Encarregarei guardas de vos vigiar. - Fechou o punho: - Ai de vós se vos atreverdes a sair de lá!

Isabel encarou-o desafiadora:

- Pensais que me faria grande mossa, se me atirásseis para um calabouço? Mesmo lá eu estaria na companhia de Deus e de São Francisco.

- Não me provoqueis…

- Faríeis melhor se olhásseis por vossa saúde! Não estais com bom aspeto, meu rei e senhor. Pálido, apesar da corpulência, os olhos raiados de sangue, o suor sobre a testa… Tende cautela convosco!

- Desaparecei da minha vista! - bradou Dinis, ignorando as tonturas e o bater desordenado do seu coração. - Não mais vos quero ver! Poupai-me à vossa presença, enquanto for vivo!

Isabel deu meia-volta e saiu. Estafado, Dinis deixou-se cair para cima de uma cadeira.

 

 

Dom Dinis Série (1).JPG

 

 

O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online, na Wook, na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).

 

No Brasil, está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura.

Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.

publicado por Cristina Torrão às 10:53

25
Set 16

Póvoa de Lanhoso.png

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wikipedia

 

 

 

 

A 25 de Setembro de 1292, Dom Dinis concedeu foral a Póvoa de Lanhoso.

 

 

publicado por Cristina Torrão às 10:47

22
Set 16

Dinis e Isabel - Leiria.jpg

 

 

 

Estátuas de Dom Dinis e de Dona Isabel em Leiria

 

 

 

 

Na última década de vida de Dom Dinis, os seus desentendimentos com Dona Isabel eram sobretudo baseados nos conflitos entre o rei e o seu herdeiro que desembocaram numa guerra civil. Parece ponto assente que Dona Isabel defendia o filho, pelo menos, disso foi acusada pelo marido.

 

Recostado na sua cadeira, o rei inquiriu:

- Vindes repetir aquilo que já me dissestes dezenas de vezes?

- Não propriamente. Um novo receio me atinge.

- Deveras?

- Muitos dos descontentes que se vão queixar a nosso filho podem meter-lhe ideias na cabeça…

Isabel interrompeu-se e o rei inclinou-se sobre a mesa, onde pousou os braços cruzados:

- Que tipo de ideias?

Contra o que lhe era habitual, a rainha hesitou, mas acabou por responder:

- Afonso completou vinte anos, é casado há quase dois… É bem possível que haja por aí gente que lhe lamba as botas na esperança de que ele substitua o pai o mais lesto possível, a fim de que ele satisfaça as suas reivindicações.

Dinis não sabia se havia de desatar às gargalhadas, ou de dar um murro na mesa. A seriedade com que Isabel o encarava acabou por o decidir: mostrar-lhe-ia que tal afirmação só lhe provocava escárnio. Riu-se. E, quanto mais se ria, mais vontade sentia de o fazer. Acabou por dar gargalhadas sinceras, mas a rainha não se deixou impressionar:

- Quereis fazer-me crer que considerais tais suposições absurdas? Que não considerais o perigo?

- Perigo de quê? - replicou ele, ainda entre risos. - Que o meu filho participe numa conspiração, com o fito de me mandar desta para melhor? Sim, porque se essa gente está à espera que eu morra em breve, bem desiludida ficará! - Endireitou-se, de peito feito: - Sinto-me mais saudável do que nunca!

- Eu sei.

- Sim, claro - replicou ele irónico. - Como pude eu pensar que tal pormenor vos escapasse?

- Não considerais a hipótese da deposição?

- Que dizeis?!

Dinis estava agora furioso, Isabel acrescentou:

- Quando existe consenso suficiente à volta do príncipe herdeiro…

- Credes mesmo que Afonso teria poder suficiente para me pôr em tais dificuldades?

No silêncio que se seguiu, Dinis ouvia o eco das próprias palavras, ditas num tom alterado, mais agudo do que o costume. Na verdade, o rei fora novamente atingido pelo receio repentino que lhe causava a lembrança do avô, isolado em Sevilha, deposto pelos nobres do seu reino, que se haviam juntado à volta do filho Sancho. À altura, Alfonso X não era muito mais velho do que ele, que acabara de completar os cinquenta anos.

 

 

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O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online, na Wook, na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).

 

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publicado por Cristina Torrão às 10:40

19
Set 16

Vila de Rei.png

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Wikipedia

 

 

 

 

A 19 de Setembro de 1285, Dom Dinis concedeu foral a Vila de Rei.

 

 

publicado por Cristina Torrão às 10:34

16
Set 16

 

 

 

O papa Clemente V enviou a Dom Dinis a bula Callidi serpentis vigil, recomendando-lhe a prisão definitiva dos Templários. Alguns eclesiásticos portugueses, como os Cónegos Regrantes de Santa Cruz e o bispo da Guarda, insistiram em que se cumprisse a bula papal. No fundo, pretendiam apoderar-se dos bens que haviam pertencido aos Templários.

 

A esse propósito, um excerto do meu romance, em que o bispo da Guarda Dom Vasco Martins de Alvelos expressa a sua indignação a Dom Dinis:

 

- Ignorais uma bula papal? E olvidais que Jacques de Molay confessou os pecados mais terríveis? Heresia, usura, sodomia! Se os franceses se davam a essas práticas repugnantes, os hispânicos não serão muito diferentes…

- Credes realmente que os freires do Templo fomentavam tais costumes? - contrapôs Dinis. - Sob tortura, qualquer um é levado a confessar principalmente o que não fez. Além disso, o Mestre francês desmentiu a sua confissão dois meses mais tarde.

- O que prova a sua falta de carácter!

- Ou constatar o não cumprimento de certas promessas?

O bispo olhou o seu monarca desconfiado:

- Que quereis dizer?

- Frei Vasco Fernandes é de opinião que Jacques de Molay terá confessado os crimes, acima de tudo, perante a promessa de que os restantes irmãos seriam poupados aos suplícios. Mais tarde, ao verificar que tal não passava de uma mentira, desmentiu a sua confissão.

- Ora, Alteza, é claro que eles se protegem uns aos outros. A opinião de Frei Vasco Fernandes, neste caso, é mais que suspeita.

Dinis olhou o prelado de soslaio, convencido de que ele cobiçava o património dos freires. Retorquiu:

- Tenho Frei Vasco Fernandes em grande estima e confio no seu juízo. Como aliás em todos os membros portugueses da Ordem. Bem sabeis como eles sempre lutaram com bravura contra a ameaça sarracena e como a sua presença é preciosa em muitos pontos da fronteira, garantindo a defesa e o povoamento.

Depois de um momento de vacilação, o bispo insistiu:

- As bulas papais são para se cumprirem!

- Pois eu estou certo que na Hispânia não se ateará uma fogueira que seja contra os Templários. Nem tão-pouco se procederá à alienação dos seus bens.

 

 

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publicado por Cristina Torrão às 10:26

14
Set 16

Templário III.jpg

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Templários

 

 

 

 

 

 

A 14 de Setembro de 1307, partiram da chancelaria do rei francês Filipe IV cartas lacradas, de conteúdo secreto, para vários pontos do reino, com a ordem de serem abertas apenas a 13 de Outubro. Tratava-se da ordem de prisão de todos os Templários franceses, que assim os apanhou de surpresa.

 

Entre os dias 24 e 25 de Outubro, o Mestre da Ordem Jacques de Molay confessou, sob tortura, os crimes de que era acusado, confissão que aliás desmentiu a 24 de Dezembro, mas que não o livrou de ser queimado em Paris, a 18 de Março de 1314. Na hora da morte, o Mestre francês lançou uma profecia: o papa e o rei haveriam de se lhe juntar ainda antes do término daquele ano. De facto, Clemente V morreu a 20 de Abril (pouco depois de autorizar a fundação do mosteiro de Santa Clara de Coimbra) e Filipe IV o Belo a 29 de Novembro.

 

Jacques de Molay.jpg

 Fonte da Imagem

 

Através da bula Pastoralis praeeminentiae, o papa Clemente V recomendou a todos os príncipes da Cristandade a prisão dos Templários e a confiscação dos seus bens, à semelhança do que se passava em França, e, por toda a Europa, os freires são presos, torturados e queimados. A Ordem do Templo só viria a ser definitivamente extinta a 22 de Março de 1312, através da bula Vox in excelso.

 

A Península Ibérica constituiu uma exceção. Dom Dinis suprimiu a Ordem, mas manteve os seus membros na clandestinidade. Sabedor da situação, o papa Clemente V enviou-lhe, a 30 de Dezembro de 1308, a bula Callidi serpentis vigil, recomendando-lhe a prisão definitiva dos Templários. Alguns eclesiásticos portugueses, como os Cónegos Regrantes de Santa Cruz e o bispo da Guarda, insistiram em que se cumprisse a bula papal. No fundo, pretendiam apoderar-se dos bens que haviam pertencido aos Templários e Dom Dinis iniciou um processo para que esses bens fossem incorporados na Coroa.

 

A 12 de Maio de 1310, depois de o Concílio de Salamanca declarar a inocência dos Templários hispânicos, Dom Dinis e Fernando IV de Castela estabeleceram um pacto de defesa e conservação dos bens dos freires contra qualquer decisão em contrário, mesmo vinda do papa. Jaime II de Aragão associou-se em 1311 a este acordo.

 

Ordem de Cristo.jpg

Fonte da Imagem 

 

À semelhança do cunhado aragonês, Dom Dinis acabou por criar uma nova Ordem, a Ordem de Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, autorizada pelo papa João XXII através da bula Ad ea ex quibus, de 14 de Março de 1319, em que instava os freires a manterem a cruzada religiosa contra os sarracenos. Todos os bens que haviam pertencido aos Templários portugueses foram transferidos para a Ordem de Cristo a 24 Junho de 1319. Os primeiros estatutos da Ordem foram aprovados a 11 de Junho de 1321.

 

Dom Dinis Papel (1).JPG

 

 

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publicado por Cristina Torrão às 10:30

13
Set 16

João XXI.jpg

 

 

 

 

 

 

Imagem Wikipedia

 

 

 

 

 

A 13 de Setembro de 1276 foi eleito o único papa português, Mestre Pedro Julião, também conhecido por Pedro Hispano, antigo deão da Sé de Lisboa. Adotou o nome de João XXI, mas foi curto o seu pontificado. Viria a morrer a 20 de Maio de 1277, de acidente numas obras no palácio dos papas, em Viterbo.

 

 

publicado por Cristina Torrão às 10:26
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12
Set 16

Tratado Alcanices - selo.jpg

 

 

 

 

Selo comemorativo (circulou de 12-09-1997 a 30-09-2001)

 

 

 

12 de Setembro é uma data muito importante na História de Portugal. Foi neste dia, no ano de 1297, que se definiram novas fronteiras entre Portugal e Castela, no Tratado de Alcanices, fronteiras que sofreram alterações mínimas nos últimos 719 anos, o que faz de Portugal um caso único na Europa. Foi através do Tratado de Alcanices que Moura, Serpa, Noudar e Mourão foram incluídas no território português, além de alguns lugares de Ribacoa, como Castelo Rodrigo, Almeida e Sabugal.

 

Tratado Alcanices - Territórios.jpg

Fonte da imagem

 

O Tratado de Alcanices, celebrado entre Dom Dinis e Dom Fernando IV, sob a tutela da mãe deste, Dona Maria de Molina, pois o rei castelhano tinha apenas onze anos, serviu ainda para estabelecer um duplo consórcio:

 

- o infante Dom Afonso de Portugal, futuro rei Afonso IV, desposaria Dona Beatriz de Castela, irmã de Fernando IV. O infante português tinha, à altura, apenas seis anos, a infanta castelhana era um pouco mais nova. Casariam em Maio de 1309.

- a infanta Dona Constança de Portugal, de sete anos, ficou prometida ao próprio rei Fernando IV de Castela.

 

Em casos destes era costume as noivas mudarem-se para o seu novo lar, a fim de serem criadas pelos sogros, pelo que Dom Dinis e Dona Isabel trocaram a filha Constança pela infanta castelhana. Dona Maria de Molina e Dona Isabel prometeram-se cuidar da filha alheia como se da própria se tratasse.

 

Solicitaram-se dispendiosas bulas de dispensa de parentesco ao papa, pois os infantes castelhanos eram primos de Dom Dinis, tendo sido o pai deles, o falecido Sancho IV de Castela, tio do rei português.

 

Também se solicitaram bulas de legitimação do jovem rei Fernando IV e de seus irmãos, já que o casamento dos pais nunca havia sido legitimado, igualmente por parentesco. Fernando IV foi, durante muito tempo, contestado na sua condição de soberano por tios e primos e manteve-se no trono não só devido ao pulso firme de sua mãe Maria de Molina, mas também com a ajuda de Dom Dinis.

 

Tratado Alcanices.jpg

Tratado Alcanices (versão portuguesa arquivada na Torre do Tombo)

 

Da parte castelhana, o dinheiro para as bulas só foi disponibilizado quatro anos mais tarde, em Junho de 1301, depois das Cortes de Burgos/Zamora. Os bispos de Lisboa e do Porto acompanharam o arcebispo de Toledo a Roma e, em Setembro de 1301, Bonifácio VIII outorgou as bulas que foram solenemente publicadas na catedral de Burgos a 7 Dezembro de 1301.

 

O casamento do rei Fernando IV com Dona Constança de Portugal realizou-se em Janeiro de 1302, fazendo da infanta portuguesa rainha de Castela. Durou apenas dez anos, terminando com a morte súbita de Fernando IV, a três meses do seu 27º aniversário, já tendo nascido o seu herdeiro, o futuro Afonso XI de Castela, neto de Dom Dinis e de Dona Isabel. Dona Constança morreu pouco tempo depois com apenas 23 anos, vítima de uma febre.

 

Dom Dinis Série (1).JPG

 

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publicado por Cristina Torrão às 10:53

09
Set 16

 

 

 

Continuando a tese de que Dom Dinis teria tido uma relação difícil com Dona Isabel, um excerto do meu romance em que o rei se revela muito amargurado:

 

Naquele momento, Dinis odiou-a por ela o submeter ao que ele considerava tirania. Isabel era uma tirana, que o sujeitava às suas vontades e aos seus caprichos! E a Dinis pouco importava que tais vontades e caprichos adviessem da sua devoção e da sua espiritualidade. Recusando-se a cumprir os seus deveres primordiais, a chamada rainha santa, a quem ninguém se atrevia a pôr defeitos e cujas virtudes se exaltavam, cometia afinal uma falta imperdoável!

Porque lhe destinara Deus tal consorte? Por mais pecados que ele cometesse e por mais defeitos que possuísse, achava o castigo descomunal! Ele, que se impunha perante o reino, falhava com a própria consorte!

Isabel nunca lhe obedecera, nem nunca se lhe submetera, mesmo quando lhe dera a impressão de o fazer. Aquela rainha não acatava ordens de ninguém que pertencesse a este mundo!

 

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publicado por Cristina Torrão às 10:30

06
Set 16

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Em Portugal viviam-se, à altura, tempos agitados, com Sancho II a não conseguir evitar o caos provocado por contestações da nobreza e do clero. A situação atingira tal ponto, que altos dignitários do clero português se haviam apresentado em França ao pai de Dinis, vendo-o como única solução para restabelecer a ordem. Lograram obter o apoio do papa Inocêncio IV, que, numa bula, declarou Sancho II rex inutilis. Estava traçado o caminho que haveria de levar Afonso III ao trono, depois de uma guerra civil que culminou com a morte do irmão no exílio, em Toledo.

 

A 6 de Setembro de 1245, uma delegação portuguesa jurou, em Paris, obediência ao conde de Bolonha, futuro rei Dom Afonso III, pai de Dom Dinis.

 

Na verdade, o pai de Dom Dinis não estava destinado a ser rei, pois era mais novo do que o irmão Sancho. Porém, durante o reinado de Dom Sancho II, instalou-se a confusão no reino e a delegação que se dirigiu a Paris exigia justiça e a imposição da ordem, apelando ao irmão do monarca. A 24 de Julho, o papa Inocêncio IV emitiu a bula de deposição de Sancho II, Grandi non immerito, em que o soberano foi considerado rex inutilis.

 

O futuro Dom Afonso III jurou respeitar as liberdades da igreja, mas, na verdade, envolveu-se numa série de conflitos com o clero, foi inclusive acusado de adultério e incesto ao casar-se com Dona Beatriz de Castela. A situação culminou com o interdito em Portugal, lançado por Alexandre IV em Maio de 1255.

 

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publicado por Cristina Torrão às 10:46

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As minhas informações sobre Dom Dinis são baseadas na biografia escrita pelo Professor José Augusto de Sotto Mayor Pizarro (Temas e Debates 2008)
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