Durante este ano, assinalarei aqui acontecimentos importantes do reinado de Dom Dinis, à medida que forem acontecendo os respetivos aniversários, assim como transcreverei excertos do meu romance sobre o Rei Lavrador.

18
Out 16

Em Outubro de 1324, Dom Dinis fez-se ao caminho de Santarém, como de costume. Tinha-se tornado um hábito passar o Natal e o fim do ano naquela cidade, só regressando a Lisboa na Primavera. Naquele ano, porém, Dom Dinis fora desaconselhado a empreender a viagem, pois estava muito doente. A rainha Dona Isabel tratava dele, administrando-lhe pessoalmente os remédios.

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Pormenor da estátua de Dom Dinis, em Coimbra

 

 

 

 

Durante a viagem, Dom Dinis sentiu-se tão mal, que Dona Isabel mandou chamar o filho Dom Afonso, que se encontrava em Leiria. Depois de uma desgastante guerra civil, o rei e o seu herdeiro haviam assinado as pazes a 26 de Fevereiro daquele ano. A guerra terminara, mas, a nível pessoal os dois continuavam desentendidos, não se falavam e evitavam encontrar-se. Por isso se quedava Dom Afonso em Leiria.

 

Vendo o pai em tão mau estado, porém, o infante tudo fez para cuidar dele e, com a sua ajuda, Dom Dinis chegou a Santarém, onde melhorou um pouco. Mas o destino do Rei Lavrador estava traçado. Sentindo a morte aproximar-se, fez o seu terceiro e último testamento a 31 de Dezembro. Morreria a 7 de Janeiro de 1325.

 

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Imagem encontrada aqui

 

 

 

Cinco dias antes, Dona Isabel tinha declarado querer usar o hábito de Santa Clara até ao fim da sua vida, em sinal de viuvez e humildade, desejando ser sepultada com ele. Depois da morte de Dom Dinis, passaria inclusive a viver no convento de Santa Clara, em Coimbra, embora nunca tenha professado. A 22 de Dezembro de 1325, a rainha fez um segundo testamento, onde exprime o desejo de ali ser enterrada, embora o seu marido repousasse no mosteiro de Odivelas. Dona Isabel morreu em Estremoz a 4 de Julho de 1336 (onze anos depois de Dom Dinis). O seu corpo foi transportado para Coimbra, como havia sido seu desejo.

 

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O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online, na Wook, na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).

 

No Brasil, está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura.

Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.

 

 

publicado por Cristina Torrão às 11:20

15
Out 16

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História Universal da Literatura Portuguesa

 

Em Outubro de 1323 (não se sabe em que dias) reuniram-se Cortes em Lisboa, a pedido do infante Dom Afonso, o herdeiro de Dom Dinis. Nstas Cortes reacendeu-se a guerra civil, que já se dera por terminada, uma guerra que tinha a sua origem nos desentendimentos entre o rei e o seu herdeiro.

 

O infante Dom Afonso exigia, entre outras coisas, que fosse retirado a seu meio-irmão Afonso Sanches o cargo de mordomo-mor, assim como as terras e dinheiros que o pai de ambos lhe havia doado. As suas pretensões foram, porém, desleixadas, enquanto se tratou de outros assuntos, o que acabou com a paz frágil que fora negociada entre pai e filho em Leiria, no ano anterior. A seguir ao cerco a Coimbra, essa paz tinha sido possível através da mediação da rainha Dona Isabel e do conde Dom Pedro de Barcelos.

 

Deixo-vos com um excerto do meu romance relativo às Cortes de Lisboa, quando o príncipe herdeiro viu os seus desejos ignorados pelos pares do reino, sem que seu pai interviesse a seu favor:

 

Ninguém abriu a boca. Mas Dinis arrependeu-se daquele procedimento em relação ao príncipe. Apesar de Afonso se manter digno, a humilhação era enorme, principalmente perante a notória satisfação dos meios-irmãos. Naquele instante, o rei apercebeu-se de que havia exagerado na sua proteção e no seu favorecimento dos bastardos.

Não podia, porém, voltar atrás, dando o dito por não dito e, por isso, nada fez para impedir que o seu herdeiro voltasse as costas àquela assembleia.

No fim daquele dia, o rei foi informado que o príncipe deixara a cidade e, passado duas semanas, soube que juntava os seus partidários em Santarém, planeando marchar sobre Lisboa, a fim de se apoderar do trono à força!

Era a rutura total. Embora Isabel não o dissesse, Dinis sabia que ela o considerava responsável pela situação. Ele próprio assim se sentia. A rainha recolheu-se novamente em jejuns e penitências, recusando falar com o consorte que, não obstante o arrependimento, não podia deixar de defender o seu trono. Passou o mês de Novembro a organizar um exército, formado principalmente pelos combatentes do concelho de Lisboa.

A questão decidir-se-ia numa batalha em campo aberto, onde não existiria lugar para piedades nem perdões. As tropas digladiar-se-iam até haver um vencedor.

Os exércitos aquartelaram-se na zona do campo de Alvalade.

 

 

 

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publicado por Cristina Torrão às 11:02

09
Out 16

 

 Verifica-se hoje o 755º aniversário de Dom Dinis.

 

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A 9 de Outubro de 1261, nascia o segundo filho do rei Dom Afonso III e da rainha Dona Beatriz, o príncipe herdeiro, pois sua irmã mais velha, a infanta Dona Branca, sendo mulher, só seria considerada na linha de sucessão em situações de emergência .

 

Dom Afonso III, que vivera vários anos na corte francesa, protegido por sua tia Branca de Castela, rainha de França por casamento, resolveu dar ao seu herdeiro o nome do Santo francês.

 

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Imagem: História Universal da Literatura Portuguesa

 

À altura do seu nascimento, Dom Dinis era, na verdade ilegítimo, já que o casamento dos pais ainda não havia sido reconhecido pela Igreja - sobre este assunto, ver o post sobre o casamento de seus pais.

 

Além da infanta Dom Branca, Dom Dinis teve mais cinco irmãos:

 

Infante Dom Afonso, nascido a 6 de Fevereiro de 1263

Infanta Dona Sancha, nascida a 2 de Fevereiro de 1264 (morreu com cerca de vinte anos)

Infanta Dona Maria, nascida em Fevereiro ou Março de 1265 (morreu com pouco mais de um ano)

Infante Dom Vicente, nascido a 22 de Janeiro de 1268 (morreu ainda criança)

Infante Dom Fernando, nascido em 1269, morrendo pouco tempo depois.

 

 

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publicado por Cristina Torrão às 10:20

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As minhas informações sobre Dom Dinis são baseadas na biografia escrita pelo Professor José Augusto de Sotto Mayor Pizarro (Temas e Debates 2008)
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