Faz hoje 737 anos que Dom Dinis foi aclamado rei de Portugal, com apenas dezassete.
Neste mesmo dia, morreu seu pai Dom Afonso III, sendo sepultado em São Domingos de Lisboa. Dez anos mais tarde, foi trasladado para Alcobaça.
Também a 16 de Fevereiro, mas doze anos antes, foi assinado em Badajoz o documento que legitimou para sempre a integração do Algarve em Portugal.
Dom Afonso III conquistara as praças do Algarve com a ajuda da Ordem de Santiago, cujos cavaleiros portugueses estavam dependentes do Mestre castelhano. Por isso se sentia o rei Afonso X de Leão e Castela com direito a exigir vassalagem ao monarca português por esse território.
Conquista de Loulé, Luís Furtado
Os primeiros passos para a resolução do problema foram dados em Maio de 1253, quando Dom Afonso III, ignorando o seu casamento com Matilde de Bologne, desposou a filha mais velha do rei castelhano (ilegítima) Dona Beatriz. Depois do nascimento do príncipe herdeiro Dom Dinis, Afonso X de Castela enfeudou o Algarve ao neto.
A situação continuava a desagradar à corte portuguesa, pois, uma vez chegado ao trono, Dom Dinis deveria vassalagem ao rei castelhano por aquele território. Assim, no dia 16 de Fevereiro de 1267, em Badajoz, Afonso X concordou em renunciar a todos os seus direitos sobre o Algarve, recebendo em compensação as povoações de Aroche e Aracena, conquistadas por Afonso III em 1251. O Guadiana ficou a demarcar a fronteira entre Portugal e Leão, a partir da foz do Caia para sul, fronteira que seria modificada trinta anos mais tarde, no Tratado de Alcañices (12 de Setembro de 1297).