Durante este ano, assinalarei aqui acontecimentos importantes do reinado de Dom Dinis, à medida que forem acontecendo os respetivos aniversários, assim como transcreverei excertos do meu romance sobre o Rei Lavrador.

12
Nov 16

 

 

A 12 de Novembro de 1288 foi redigida, em Montemor-o-Novo, a carta ao papa Nicolau IV, pedindo autorização para a criação do Estudo Geral das Ciências em Lisboa (percursor da Universidade). Além de Dom Dinis, assinaram a carta o abade do mosteiro de Alcobaça, os priores de Santa Cruz de Coimbra e de São Vicente de Lisboa e os superiores de vinte e quatro igrejas e conventos do reino. Suplicaram a aprovação e «confirmação de uma obra tão pia e louvável», já que o Estudo Geral devia albergar estudantes sem posses para irem estudar em universidades estrangeiras.

O Estudo Geral das Ciências de Lisboa é aprovado pelo papa em Agosto de 1290.

 

Terá sido igualmente nesta altura que Dom Dinis resolveu usar o Português nos documentos oficiais da chancelaria, normalmente redigidos em latim ou em galaico-português, a língua que se falava no início da fundação do reino, que era ainda igualmente usada na poesia trovadoresca.

 

Dom Dinis Papel (1).JPG

 

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publicado por Cristina Torrão às 12:30

09
Ago 16

Depois de, a 30 de Junho de 1290, ter decretado o fim do interdito a que o reino português esteve sujeito durante vinte e três anos, o papa Nicolau II emitiu, a 9 de Agosto de 1290, a bula De Statu Regno Portugaliae, confirmando a fundação do Estudo Geral das Ciências de Lisboa, percursor da Universidade.

 

A Universidade foi de facto fundada em Lisboa. Durante muito tempo, oscilou entre Lisboa e Coimbra, e só se estabeleceu definitivamente junto ao Mondego em 1537, mais de duzentos anos depois da morte de Dom Dinis.

 

A bula De Statu Regno Portugaliae confirmava o ensino de Cânones, Leis, Medicina e Artes e autorizava a concessão de grau de licenciado pelo bispo ou vigário da Sé lisbonense. Contudo, apenas dez anos depois, começaram os problemas. Não se sabendo exatamente qual a sua origem, é conhecido que, ainda antes da autorização papal, as aulas já decorriam num edifício situado no Campo da Pedreira à Lapa. A 4 de Setembro de 1300, porém, Dom Dinis tentou disponibilizar outro terreno para a construção de um edifício para o Estudo Geral, por ter problemas com a Casa da Moeda.

 

Em Janeiro de 1307, é feito o pedido de transferência para Coimbra, autorizado por Clemente V a 26 de Fevereiro de 1308 e, a 15 de Fevereiro de 1309, pela Charta magna privilegiorum, Dom Dinis estipula os estatutos do Estudo Geral de Coimbra.

 

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publicado por Cristina Torrão às 11:09

26
Fev 16

Faz hoje 708 anos que Clemente V autorizou a transferência do Estudo Geral para Coimbra, cerca de um ano depois de ter sido feito o pedido (ver aqui). O Estudo Geral das Ciências, percursor da Universidade, foi fundado em Lisboa, em Agosto de 1290, mas Dom Dinis decidiu transferi-lo para Coimbra cerca de dezassete anos mais tarde.

 

           No início de 1306, Dinis reuniu-se com o arcebispo de Braga e o bispo de Coimbra, a fim de tratar de um assunto que não tolerava mais adiamentos: a transferência do Estudo Geral para Coimbra. A situação em Lisboa tornara-se insustentável, os escolares não mais haviam parado com os seus protestos e os conflitos iam-se agravando, afetando, não só grande parte da população, como os visitantes! Ao porto de Lisboa chegavam frequentemente galés estrangeiras e os estudantes, no seu descontentamento, abusavam da imunidade que Nicolau IV lhes concedera, envolvendo-se em toda a espécie de rixas.

            O Estudo, porém, teria de ser preservado, Dinis via a necessidade de formar especialistas portugueses, sobretudo em leis. Coimbra parecia ser a solução ideal, era bem mais sossegada do que Lisboa e o rei planeava criar lá um burgo, adjacente à alcáçova, exclusivamente destinado aos estudantes. Além disso, o mosteiro dos Cónegos Regrantes de Santa Cruz, com a sua biblioteca, estaria em condições de lhes dar o mesmo apoio do de São Vicente de Fora, fundado por Afonso Henriques precisamente em homenagem ao de Santa Cruz de Coimbra.

            Dom Estêvão Anes Bochardo, o chanceler-mor do reino, que era igualmente bispo de Coimbra, regozijava-se com a transferência. A colaboração de Dom Martinho Peres de Oliveira, arcebispo de Braga, era imprescindível, pois a medida teria de ser aprovada por Roma.

 

A Universidade haveria de trocar de local, sempre entre Lisboa e Coimbra, durante alguns séculos.

 

O meu romance pode ser adquirido na LeyaOnline por 6,99 € (clique).

Cover neu3 Dom Dinis 100.jpg

 

publicado por Cristina Torrão às 10:46

15
Jan 16

 

 

Foi em Janeiro de 1307 (não se sabe o dia exato) que se fez o pedido de transferência, de Lisboa para Coimbra, do Estudo Geral das Ciências, percursor da Universidade.

 

O Estudo Geral tinha sido fundado em Agosto de 1290, em Lisboa, através da bula De Statu Regno Portugaliae, emitida pelo papa Nicolau II. Poucos anos depois, iniciaram-se conflitos com a Casa da Moeda em relação ao terreno que Dom Dinis doara para a construção do edifício, no Campo da Pedreira à Lapa, perto do Mosteiro de São Vicente de Fora. Também haveria conflitos entre os estudantes e a população de Lisboa, embora os motivos, tanto para uns, como para outros, não sejam hoje claros. No meu romance, esforcei-me por dar uma explicação plausível:

 

O Estudo Geral, porém, continuava a ser um problema bicudo. A contestação dos escolares aumentava, pois a Casa da Moeda instalara-se definitivamente naquele que havia sido o seu edifício e o rei ainda não conseguira disponibilizar os terrenos para a construção de um novo. As querelas descambavam, muitas vezes, em autênticas zaragatas, que se alargavam à população residente à volta do bairro dos estudantes. Estes, por seu turno, reclamavam do monarca a proteção especial que Nicolau IV lhes havia destinado. E Dinis ponderava a transferência do Estudo Geral. Custava-lhe afastá-lo de Lisboa, mas a situação tornava-se insustentável.

Considerava a hipótese de Coimbra. O Estudo Geral teria de se situar obrigatoriamente numa cidade, já que era o bispo quem concedia o grau de licenciado aos estudantes. Santarém e Leiria, por exemplo, não sendo assento episcopal, possuíam apenas o estatuto de vila. Em Portugal, havia apenas nove cidades, tantas, quantos os bispos: a Braga arquiepiscopal à cabeça, seguindo-se Lisboa, Coimbra, Porto, Lamego, Viseu, Guarda, Évora e Silves.

 

A transferência para Coimbra foi autorizada pelo papa Clemente V em 26 de Fevereiro de 1308. No entanto, a Universidade mudaria de local, sempre entre Lisboa e Coimbra, várias vezes, e só ficou definitivamente instalada junto ao Mondego muito depois da morte de Dom Dinis.

 

À altura da Fundação do Estudo Geral das Ciências de Lisboa, já existiam as Universidades de Paris, Oxford, Cambridge, Nápoles, Pádua, Montpellier e Salamanca, todas fundadas na primeira metade do século XIII. Bolonha, a mais antiga, foi fundada ainda no século XII.

 

Estátua D. Dinis Coimbra.jpgEstátua de Dom Dinis em Coimbra

publicado por Cristina Torrão às 10:57

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As minhas informações sobre Dom Dinis são baseadas na biografia escrita pelo Professor José Augusto de Sotto Mayor Pizarro (Temas e Debates 2008)
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